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Herança Africana - Profª. Telma



Quando os negros foram trazidos da África para o Brasil para trabalhar como escravos, trouxeram também suas religiões, suas comidas e suas músicas. O samba que nós conhecemos hoje é uma mistura dessa influência africana, que usava muitos instrumentos de percussão, com a européia, mais melódica.

A explicação mais tradicional diz que o samba surgiu de uma dança chamada semba, original de Angola, país africano de onde foram trazidos muitos negros. Era uma dança em que as pessoas mexiam bastante os quadris.

O samba se desenvolveu primeiro na Bahia, Estado brasileiro com uma das maiores populações de descendentes de africanos. Algumas pessoas que se mudaram da Bahia para a cidade do Rio de Janeiro no começo do século 20 levaram o samba "na bagagem". O Rio era a capital do Brasil, na época. (Brasília só foi construída na década de 1950).

Talvez por isso o samba fosse chamado de baiano, no começo.

O SAMBA

O samba pede passagem e toma conta de todo o Brasil. Afinal, "quem não gosta de samba, bom sujeito não é/ É ruim da cabeça ou doente do pé..." como já diz uma das músicas mais populares que tem o samba como tema.

Há várias explicações para a formação desta dança que, como era de se imaginar, vem da África. Uma delas diz que sua origem está na palavra semba, que significa umbigada. E a dança era assim no início: um bailarino ficava no centro da roda dançando sozinho, então chamava outra pessoa para substituí-lo batendo nela com o umbigo.

Com o tempo, o samba foi se modificando e sofrendo alterações, e em cada estado do Brasil tem uma cara diferente, mas está sempre acompanhado principalmente pelo violão, pandeiro e surdo, entre outros instrumentos.

Quando o samba foi levado ao Rio de Janeiro pelos baianos, no início do século 20, encontrou um parceiro que foi feito sob medida para ele: o carnaval. Essa dupla incendeia as ruas e salões do Brasil inteiro e ficou conhecida pelos quatro cantos do mundo.

A CONTRIBUIÇÃO AFRICANA

Em todas as áreas de nossa cultura, a contribuição dos negros é sempre responsável por um tempero especial e pela capacidade de improvisação – o jogo de cintura. Na culinária não podia ser diferente.

A escravidão arrancou o negro violentamente de seu território e de seus hábitos. Como os escravos eram capturados e transformados em prisioneiros, não traziam nem roupas, quanto mais produtos para cozinhar. Eles tiveram de improvisar e adaptar sua cozinha usando os alimentos que encontraram por aqui.

Trazidos de seu continente pelos comerciantes, os negros já tinham aqui: a banana, o café, o azeite-de-dendê, a pimenta-malagueta e o coco que deu origem ao nosso pudim do almoço cultural.




JOGO DE CINTURA NA CASA GRANDE

Quando os escravos vieram para cá, muitos colonizadores estavam sem suas famílias, pois tinham vindo sozinhos. Então as negras foram para a cozinha do sinhô na casa grande, o nome dado à casa dos senhores de escravos.

As escravas tiveram de adaptar suas receitas, pois não tínhamos aqui muitos dos produtos de sua terra natal. Acabaram misturando um pouquinho de tudo: ingredientes que já conheciam com outros trazidos pelos portugueses e alguns usados pelos índios.

Assim, os negros acabaram não só enriquecendo a nossa culinária como também modificando a sua própria. Até hoje lambemos os beiços com essas comidas maravilhosas _ que não ficaram só por aqui, foram também para o continente africano, modificadas pelos novos ingredientes brasileiros.


FINALMENTE: É O FIM DA ESCRAVIDÃO!

No dia 13 de maio de 1888, sem suportar mais tanta pressão, o Brasil declara o fim da escravidão. Quem assina a lei Áurea é a princesa Isabel, já que d. Pedro II está fora do Brasil. Agora o fim do Império está muito, muito próximo. A escravidão, que sustentava o reinado, ia acabar sendo a principal responsável pelo seu fim! A partir de então, ela virou assunto para os livros de história.

**** Extraído de www.canalkids.com.br/cultura/historia ****


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